PADRE
BENJAMIM SALGADO, 1916 – 1978
«O
POETA TROVADOR DE DEUS» - Música
Sacra e Música Profana
O Padre
Benjamim Salgado, nasceu em Joane a 8 de Maio de 1916.
Os
primeiros anos da sua vida foram passados com os pais, em Joane, onde
frequentou a escola primária local desde 1923 até 1927. É em Joane que, ainda
criança, inicia a sua relação com a cultura e a arte, manifestando capacidades
inatas para a música e teatro.
Concluída
a primeira etapa da sua formação académica ingressa em 1927 no Seminário de
Braga. Frequentou o curso de Humanidades, Filosofia e Teologia. Estudou ainda
Oratória, na área da música, Harmonia/Composição Musical e em 1938 é ordenado
sacerdote.
Dotado
de grande humildade e simplicidade, desenvolve um importante conjunto de
actividades, que fazem dele uma personalidade querida por todos os que com ele
contactaram. Por todo o Minho e não só - nas décadas de 40, 50 e 60 – foi com
toda a certeza o maior pregador popular, sempre solicitado para as grandes Festas
e Romarias. Ficou célebre a Missa Mariana, intensamente popular, que foi
composta expressamente para a inauguração do famoso Santuário do Sameiro,
construído em comemoração da Paz do Mundo, logo a seguir à 2.ª Guerra
Mundial, e durante as quais cerimónias foi convidado para ser o orador de
mérito.
Após
ser ordenado sacerdote, desenvolve uma série de actividades entre as quais
ligadas à cultura. Compositor e regente de coros, é uma das mais plurifacetadas
personalidades bracarenses. Foi, além de pároco e compositor para a liturgia,
professor de Canto Gregoriano, História da Música, Piano e Harmónio, no
Seminário Conciliar de Braga, director do jornal "Correio do Minho",
fundador e director artístico de coros, director geral da Fundação Cupertino de
Miranda, director da Casa de Camilo.
Em
1957, assumiu a direcção do Orfeão Famalicense que, com as solicitações dos
Encontros de Coros, o levou a dedicar-se às músicas corais sacra e profana. Foi
membro da Comissão Bracarense de Música Sacra e colaborou na NRMS, na adesão às
mudanças litúrgicas trazidas pelo Concílio Vaticano II.
Em
2 de Janeiro de 1960, torna-se Vereador da Cultura, Viação e Trânsito e mais
tarde, assume o lugar de Presidente da Câmara. Entre o leque de actividades que
levou a cabo, destaca-se o empenho na renovação da Biblioteca, tendo sido seu
director entre 1961 e 1971.
Faleceu
a 28 de Janeiro de 1978
Currículo de Actividades e Campo de
acção
Pároco de S. Paio de Antas (Esposende) e de Requião (Famalicão)
Professor de Português no Seminário de Nª Sª da Conceição.
Professor no Colégio de Riba d'Ave
Professor de Música no Seminário
Conciliar
Membro da Comissão Arquidiocesana de
Música Sacra
Fundador e Director do Coro do Centro
de Arte e Cultura Popular de Bairro
Fundador e Director do Grupo Coral de Oliveira S. Mateus
Fundador e Director do Orfeão das
Fábricas Riopele
Director Artístico do Orfeão
Famalicense
Assistente Regional de Braga do Corpo
Nacional de Escutas - Escutismo Católico Português
Director do Jornal "O Correio do
Minho"
Director Cultural da Fundação
Cupertino de Miranda
Director Cultural da Casa de Camilo e
do Boletim Cultural
Presidente da Assembleia Geral do
Grupo Desportivo de Joane
Presidente da Câmara Municipal de Vila
Nova de Famalicão
Publicações
A Igreja do Divino Salvador de Joane, Apontamentos Para a Sua História
Ed. Câmara Municipal de Vila Nova de
Famalicão,1978
Camilo em Datas, Factos e Comentários
Ed. Fundação Cupertino de Miranda,
1972
Milhares de Partituras musicais, em
diversas Antologias, quer Sacras como laicais, nomeadamente líricas, com letras
pessoais e ou de escritores célebres portugueses.
Destacam-se as suas obras musicais:
Composições Líricas, para piano e
Canto-Solo
Rosas e Lírios de Maio
Ave-Maria, com coro e orquestra
Cânticos ao Menino Jesus
Ecce Panis, para canto e orquestra
Glória ao Senhor
Libera me, para vozes e orquestra
Louvores á Mãe de Deus
Missa, para vozes e orquestra
Missa Mariana, para a juventude
Missa de São Pio X
Missa da Requiem, a vozes e orquestra
Te Deum, para vozes e Orquestra
Opinião de quem o conheceu bem:
«O
Pe. Benjamim foi uma personalidade encantadora: inteligência brilhante,
sensibilidade genuína de artista, vontade forte e sempre ao serviço dos outros.
Foi um escritor distinto e jornalista corajoso; compositor musical de suave
inspiração e sublime lirismo; foi um professor de alta competência e um orador
sagrado da mais elevada estirpe; foi pároco zeloso e, conforme a Escritura, um
homem bom, sacerdote humilde e um apóstolo dedicadíssimo a Cristo. No rosto e
nos lábios floria-lhe sempre a alegria cristã que comunicava felicidade a
todos. Ficará para sempre, lembrado por quantos o conheceram, por quantos o
admiraram, por quantos o estremeceram».
-
Dr. Rocha Martins, S J.
Recolha de
Assis Machado, afilhado de baptismo do laureado.